Clínica Dr. Sergio Lima

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CONTROLE DA INFECÇÃO NO CONSULTÓRIO.

SISTEMA BEDA DE CONTROLE

(INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS)

 

Professor Dr.  Sérgio N. M. Lima.

Professora Dra. IZABEL IOKO IT0

 

CAPÍTULOS: –

  1. Introdução.
  2. Conhecimentos Básicos.
  3. Necessidade de Novos conceitos na atividade odontológica.
  4. Consultório Odontológico: – Uma atividade de risco.
  5. Doenças de risco para a atividade no consultório.
  6. AIDS-Síndrome da Imunodeficiência Imunológica.
  7. Classificação dos materiais de uso no consultório. E classificação dos pacientes quanto a seu risco.
  8. Sistema BEDA de controle da Infecção
  9. BARREIRAS para o Controle da Infecção.
  10. ESTERILIZAÇÃO: Conceito e técnicas.
  11. DESINFECÃO: Conceito e técnicas.
  12. ANTISSEPSIA: Conceito e técnicas.
  13. Estocagem dos materiais esterilizados e desinfetados.
  14. Limpeza e desinfecção do consultório.
  15. Substâncias usadas como desinfetantes.
  16. Testes que podem ser usados para aquilatar-se o grau de esterilização no consultório.

INTRODUÇÃO:

Historicamente o Cirurgião dentista, nunca se preocupou de forma efetiva, com o controle de infecção em seu consultório. Somente após as doenças infecto contagiosas aparecerem, é que essa preocupação tomou importância nos consultórios Odontológicos.

Essas mudanças começaram, na década que apareceu a Hepatite B., contudo, foi o aparecimento da AIDS, que os cuidados se intensificaram em todos os consultórios.

EQUIPE DA CLÍNICA: O êxito da biossegurança em um consultório, depende do trabalho e dedicação, de todos envolvidos, nos procedimentos a serem realizados. Qualquer membro da equipe, se não realizar sua tarefa corretamente, pode comprometer toda a cadeia de assepsia.

Posso afirmar que: Nenhuma corrente é mais forte, do que, seu elo mais fraco.

Por este motivo, o Cirurgião dentista, deve constantemente, dar instruções a toda equipe, e fiscalizar todos os procedimentos a serem realizados. Pois a responsabilidade da correta biossegurança, é do profissional.

Qualquer etapa do Sistema BEDA, que for negligenciada, poderá colocar em risco todos os procedimentos, em menor ou maior dano para a biossegurança.

 

O que são Infecções Odongênicas?  São Infecções causadas por qualquer problema odontológico. Seu diagnóstico era raro, hoje, com o advento de novos exames, muitas infecções no organismo, tem sido diagnosticada como de origem dentária. Entre os exames mais abrangentes e usados está a Radiografia Panorâmica, que juntamente com um criterioso exame clínico, tem com sucesso diagnosticado, os focos de infecções, perioendodônticas entre outras.

 

HÁ CONSIDERAÇÕES SOBRE AS SEGUINTES ÁREAS CRÍTICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO: –

 

  • Esterilização inadequada dos instrumentos, por não seguir os procedimentos de rotina, de forma correta.
  • Não uso de indicadores de esterilização, biológicos e físicos, nos ciclos das autoclaves.

2) Uso de agentes químicos inadequados, e de forma incorreta, nos procedimentos de desinfecção.

3) Uso incorreto de luvas (cirúrgicas, de procedimento ou de limpeza) e sua importância. Calçar as luvas sem antes fazer uma antissepsia correta das mãos.

4). Como fazer o uso correto dos antissépticos.

5) Controle do aerossol gerado pelo alta rotação e ultrassom. Utilizando os suctores de alto potência, de forma correta.

6) Desinfecção correta, da sala de atendimento. Do chão, terminais do equipo e superfícies das bancadas.

 

 FATORES E ROTAS QUE ESTÃO MODIFICANDO OS PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DA INFECÇÃO NO CONSULTÓRIO:

  1. Trânsito no mundo.
  2. Populações imigrantes.

3.Controle da natalidade.

4.O aumento das concentrações humanas no mundo, e falta de prevenção e higiene em todos os âmbitos.

 

DOENÇAS INFECCIOSAS PODEM ESTAR PRESENTES NO CONSULTÓRIO: – Hepatite A B e C.; Herpes Venéreo, AIDS, Catapora, conjuntivite herpética, herpes simples, herpes zoster, sarampo, estreptococos, estafilococos, rubéola, pneumonia, tuberculose, entre outras.

 

 

SISTEMA BEDA DE CONTROLE DE INFECÇÃO NO CONSULTÓRIO: –

B.E.D.A.- Esquema Geral do Controle de Infecção no Consultório.

 

B– BARREIRAS.

E– ESTERILIZAÇÃO.

 D– DESINFECÇÃO.

A– ANTISSEPSIA.

As Barreiras Podem ser classificadas:

  1. Que protegem o profissional: luvas, máscaras, óculos, gorro e vestuários.
  2. Que protegem superfícies: campos de NT, plásticos descartáveis, etc.
  3. Controle de pé nas cadeiras, toalhas descartáveis, reservatórios de água.
  4. Redução do número de microrganismos nos aerossóis.
  5. Uso de luvas apropriadas, para cada situação.
  6. O consultório: cadeira com controle de pé, equipo, unidade auxiliar e armários, devem estar em posições corretas, para propiciar um trabalho ergonômico.

Quais são os equipamentos de Proteção individual (EPI) que o Cirurgião-dentista deve utilizar durante os atendimentos odontológicos?

Durante um atendimento odontológico de rotina, o cirurgião-dentista deverá utilizar luva, máscara, gorro, avental de manga longa. Estes EPI devem ser descartáveis. Os não-descartáveis são os óculos de proteção. Para os casos cirúrgicos – como, por exemplo, a extração de um dente – os EPI devem estar esterilizados

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As barreiras, gorro, máscara, luvas, campos, tem dupla finalidade, proteger os profissionais e o paciente.

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As barreiras devem ser colocadas também nas pontas estéreis, para a manutenção da assepsia.

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Os controles de pé na cadeira odontológica, são importantes barreiras para a biossegurança do consultório, o profissional pode realizar todos os movimentos com o paciente, durante o tratamento, assim como acender o refletor, e o interruptor central faz a cadeira voltar a zero. Este recurso, permite que o profissional, e sua auxiliar, pois os comandos são duplos, com a mão enluvada, somente execute seus procedimentos no paciente, apenas empunhando os instrumentos estéreis.

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Na primeira fotografia, um suctor de alta potência.

Na segunda, temos um tipo de unidade auxiliar com uma seringa tríplice, e dois terminais da bomba a vácuo (suctor de alta potência). O uso correto do suctor durante os procedimentos no consultório é muito importante, como barreira, pois bem posicionada a cânula, evita a dispersão dos perdigotos e reduz a emissão de aerossóis no consultório. Existe duas cânulas, uma para cirurgia, suctor de sangue, mais fina. A de maior diâmetro é para outros procedimentos, como preparo de cavidades, profilaxia com ultrassom e jato de bicarbonato de sódio.

 

LAVAGEM DAS MÃOS PARA COLOCAÇÃO DE LUVAS.

Remover todos anéis, lavar mãos e braços, com sabão e antissépticos, secar, passar o talco moderadamente.

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As mãos devem sempre serem lavadas criteriosamente antes de se colocar as luvas.

 

No consultório, desinfetar todas as superfícies, e colocar barreiras: Encosto da cabeça, Pontas: seringa tríplice, alta-rotação, micromotor, encaixe das pontas, unidade auxiliar, mesa auxiliar, cabo e cabeça do Rx e seus controles.

 

                   E S T E R I L I Z A Ç Ã O: – AUTOCLAVES.

Esterilizar: É matar todas as formas de vida em um objeto inanimado, isso é, todas bactérias, esporos, fungos e vírus.

 

Os processos físicos são os mais efetivos para a esterilização, usamos como rotina as autoclaves nos consultórios odontológicos. Existem outros métodos físicos como os Raios gama, método mais complexo, não usado nos consultórios, mas nas indústrias de produção de materiais e instrumentais estéreis.

 

Nas autoclaves, o processo físico usando é o calor úmido- vapor sob pressão, método descoberto por Chamberlain, 1869, que era um auxiliar de Pasteur, no século retrasado.

 

A técnica de esterilização, deve seguir uma rotina rigorosa: O material contaminado deve ser submetido a uma pré-lavagem, em seguida usar desincrustantes em cubas ultrassónicas, depois bem lavados em água corrente, secar muito bem o material, embalar em papel grau cirúrgico, ESTERILIZAR e armazenar o material corretamente.

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O material contaminado está sendo submetido a uma pré-lavagem, com uma escova, e um detergente de uso no centro de processamento, a mão da funcionária está com luvas impermeáveis de borracha. Em seguida o material é colocado em uma cuba ultrassônica com desincrustante, por 5 minutos. Saindo do desincrustante, o material é lavado bem em água corrente, seco, com ar comprimido ou papel descartável e colocados em envelopes próprios, feitos com papel e plástico com grau cirúrgicos, exemplo da Cipamed. Nestes envelopes estarão os indicadores físicos da esterilização. Geralmente são de cor rosa, antes da esterilização, depois ficam escuros.

Depois destes procedimentos, o material está pronto para ser colocado na autoclave e processado.

Os indicadores nestes envelopes, são importantíssimos, pois se profissional, pega um envelope, que não tenha essa mudança de cor, ele sabe que este não foi autoclavado, e deve ser retornado ao centro de processamento de material.

 

Autoclaves automáticas um exemplo:

Nas autoclaves automáticas, ou de câmara dupla, dependendo do material, o tempo de esterilização pode ser de 3 minutos ou 20 minutos, dependendo do material a ser processado. O tempo de secagem será também de 30 minutos.

Nas autoclaves convencionais a temperatura será de 121ºC, com uma pressão de 15lbs, ou seja, 1 atmosfera, pelo tempo de 15 a 20 minutos. Terminado o ciclo terá um tempo de 30 minutos para a secagem do material.

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Esta é uma autoclave M9, totalmente automática, incluindo uma impressora, que registra todos os ciclos feitos por ela. Por ser totalmente automática, facilita muito o trabalho na esterilização. Além do mais, seu ciclo não pode ser interrompido.

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Este é o painel da autoclave automática M9: Se acionarmos o primeiro item, seria para material não empacotado (unwrapped), nesse caso o ciclo seria de apenas 3 minutos, a 132ºC. Duas atmosferas de pressão.

No segundo, que é o mais usado no consultório, seria para os instrumentos empacotados, e o ciclo seria de 15 minutos, com duas atmosferas de pressão a 132ºC de temperatura (Pouches).

No terceiro, (Liquids) e muito importante, é para esterilização de líquidos, pode ser agua, meio de cultura, ou outros. Este ciclo a temperatura será de 121ºC, e o tempo de 20 minutos. A diferença neste ciclo é a descompressão da autoclave, que será lenta, para o líquido não entrar em ebulição e inviabilizar a esterilização.

O quarto item também muito usado, é para material não condutor de calor, como campos cirúrgicos, gaze, toalhas, entre outros. Neste, a temperatura será de 121ºC, mas o tempo será de 30 minutos de esterilização a 1 atmosfera de pressão. O tempo de secagem será de 60 minutos.

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Este é o painel da autoclave automática, que mostra a temperatura da câmara de esterilização, e o tempo de esterilização, para os materiais empacotados.

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Este é um envelope para embalagem de instrumentos, são selados termicamente após a colocação do instrumento. Na primeira fotografia vemos um pequeno retângulo, de cor levemente vermelha, que após passarem pela autoclave (esterilização), ele fica preto, como mostra a segunda fotografia.

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Existem muitos tipos de seladoras no mercado, elas serão escolhidas conforme o fluxo de materiais a serem esterilizados, no centro de reprocessamento.

Descarte de material contaminado.

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O material descartável, agulhas, lâminas de bisturi, materiais orgânicos, como dentes extraídos, devem ser eliminados de maneira correta, em recipientes próprios conforme as figuras acima.

O material crítico, depois de criteriosamente limpos, secos e empacotados, devem ser colocados criteriosamente dentro das autoclaves, para que o vapor exerça sua função esterilizante

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Este é um exemplo das autoclaves convencionais. Existem no mercado muitos tipos, e recursos oferecidos, por estes equipamentos, o profissional poderá escolher conforme suas necessidades.

 

MONITORAÇÃO BIOLÓGICA (ESPOROS) DA ESTERILIZAÇÃO: –

Usa-se pelo menos 1 vez por semana, o teste biológico da 3M. É exigência legal, que isto seja feito.

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Nesta fotografia estão dois tipos de incubadoras ATTEST, dependendo do movimento da clínica, deve-se usar uma ou outra, em relação ao número de testes que terão que serem feitos.

Dentro da ampola do Attest da 3M, contém uma fita com esporos (sterottermophilus), e um meio de cultura de cor roxa. As ampolas deverão ir junto com o material a ser esterilizado.

Depois de completada a esterilização, as ampolas são colocadas na incubadora. Durante essa colocação, as pequenas ampolas de meio de cultura são quebradas, entrando o meio de cultura em contato com a tira que contém os esporos.

O Attest é então colocado na incubadora, que permanecerá a 56ºC, por 24 horas ou mais, se for o caso.

Se a cor permanecer roxa, a esterilização foi efetiva, matou os esporos.

Se a cor da ampola mudar para amarela, significa que os esporos não foram eliminados, e o processo tem que ser repetido, ou a autoclave está com defeito.

O teste, com meios físicos, com fitas indicadoras, ou fitas adesivas próprias, em todos pacotes de instrumentos que serão autoclavados, indicam somente que o material passou pela autoclave.

O material estéril deve ser muito bem armazenado.

 

Armazenamento do material estéril.

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Existem muitos tipos de armários para guardar os materiais estéreis, não importa o tamanho, o importante eles permanecerem bem fechados, para evitar a entrada de insetos, e a contaminação dos invólucros. As formigas, e outros insetos, são os mais comuns, mesmo tomando todos cuidados com a limpeza.

Saindo dos armários, os materiais irão diretamente para a sala de atendimento. Completando assim o ciclo de esterilização.

 

DESINFECÇÃO:

Desinfetantes são substâncias que são aplicadas em superfícies inanimadas para destruir os microorganismos que vivem nesses objetos. A diferença entre desinfetar e esterilizar, é que os desinfetantes não matam os esporos bacterianos. Os desinfetantes funcionam através da destruição da parede celular do microorganismo ou por interferência em seu metabolismo.

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Esta fotografia é muito expressiva, mostra que é importante borrifar o desinfetante de superfície, limpar bem a superfície, depois aplicar o desinfetante e espalhar.

Existem duas maneiras de desinfetar.

 

  1. Por imersão do material.
  2. Desinfecção das superfíes, incluindo o chão.

 

DESINFECTANTE IDEAL: Boa penetração, amplo espectro, atividade residual, mínima toxidade. Nenhum dos produtos conhecidos têm todas estas características.

Portando é importante o conhecimento dos desinfetantes, para indicar o mais correto para cada situação específica.

  1. O álcool etílico a 70%, hoje é um desinfetante muito usado, e efetivo, se usado corretamente, em lugares específicos. A atividade antimicrobiana das soluções alcoólicas está condicionada à sua concentração em peso ou em volume em relação à água. A solução alcoólica ideal é aquela com concentração de 70% p/p (70 ºINPM) ou 77% v/v (77 ºGL) onde “p” é o peso e “v”, o volume. Nessa concentração, o álcool não desidrata a parede celular do microrganismo, podendo penetrar no seu interior, onde irá desnaturar proteínas, fato que não ocorre quando se utiliza o álcool acima ou abaixo da concentração ideal.

Os álcool etílico e o álcool isopropílico são considerados desinfetantes de nível intermediário, empregados tanto na desinfeção de superfícies e instrumentos como na antissepsia da pele. O efeito antimicrobiano do álcool, que se dá pela desnaturação de proteínas e a dissolução de gorduras, destrói, por exemplo, a membrana do “Mycobacterium tuberculosis” e do HSV (vírus da herpes simples). A ação antimicrobiana do álcool não é efetiva na presença de matéria orgânica que, quando aderida à superfície do material a ser desinfectado, funciona como uma barreira mecânica à ação do álcool sobre os microrganismos.

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Álcool etílico hidratado 70º INPM. No caso INPM é a sigla de Instituto Nacional de Pesos e Medidas. No caso Gay Lussac (GL) é uma medida em volume. Portanto, o álcool 70 é o nome comercial do álcool 70 °INPM (70% p/p) ou 77 °GL (77% v/v).

  1. Iodóforo é uma preparação contendo iodo complexado com um agente solubilizante, tal como um surfactante ou povidona (formando iodopovidona). O resultado é uma material solúvel em água que apresenta iodo livre quando em solução. Iodo livre (I+), mata as células eucariotas ou procariotas por iodação de lipídios e oxidação de compostos no citoplasma e membrana celular. Diferentemente de com alguns antibióticos, micróbios não desenvolvem mecanismos de resistência contra o iodo. Entretanto, iodo é um irritante das membranas mucosas e corrói instrumentos médicos. Iodo também mata células Conseqüentemente, uma lenta exposição em pequenas concentrações é desejável para uso em pacientes. Os iodóforos liberam o iodo lentamente das moléculas transportadoras, e então são mais suaves no ataque a pele tem aumentada sua meia vida. A efetividade de qualquer formulação de iodofor depende da porcentagem de iodo livre ativo. A despeito de todas estas vantagens, iodóforos (PVPI), deve ser usado sob supervisão técnica. Muitos casos de toxidade e de reações adversas têm sido relatadas.

POVIDONA: É uma substância que designa um polímero polivinílico de peso molecular variado; utilizado como agente para suspensão e dispersão, além de veículo para fármacos; é também utilizado como dilatador do volume sanguíneo, ele é excelente na combinação com o iodo formando o IODO-PVP-I. Fórmula C6H9NO.

No consultório pode ser usado como desinfetante, dependendo de sua formlação, ou como antissepticos. Os (PVPI) desinfetantes têm em sua composição um detergente ativo. Os (PVPI) antissépticos, não têm detergente em sua composição.

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Existem no mercado uma dezena de marcas de odóforos – PVP-I, Esta fotografia é de marca conceituada, muito usada em clínicas e hospitais. Ao lado vemos o aspecto de um iodóforo degermante, usado de excelente qualidade.

  1. Hipoclorito de sódio é um composto químico com fórmula NaClO. Uma solução de hipoclorito de sódio é usada frequentemente como desinfetante e como agente alvejante. São os agentes germicidas largamente usados em todos os lugares, residências, clínicas odontológicas ou não,hospitais, nas centrais de tratamento de água ou alimentos. Hoje acreditamos que é o produto mais usado no mundo como desinfetante.

Uso a 500 a 5000 ppm. (0,05 a 0,5%), é eficaz na destruição todos microrganismos, incluindo do vírus da hepatite B e HIV. Dependo da concentração o do tempo de exposição. Geralmente é vendido como água sanitária, na concentração de 5.000 ppm.

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Dependendo da concentração o profissional deverá fazer a diluição indicada.

Soluções entre 10 à 12% de hipoclorito de sódio são bastante usadas em cisternas e em abastecimento de água para clorar a água. Existem produtos para a cloração de piscinas que contêm aproximadamente 30% de hipoclorito de sódio. O sal cristalino também é vendido para o mesmo uso; tal sal contém menos que 50% de hipoclorito de sódio. Porém, o nível de “cloro ativo” pode ser bem mais alto.

O hipoclorito também é usado na Odontologia, durante o tratamento de canal, para desinfetar o canal e dissolver qualquer resto de tecido da polpa do dente. Chamado de líquido de Dakin.

Resumindo: Desinfetantes clorados.

VANTAGENS: -1. Alguns produtos são registrados pela EPA, e aceitos pela ADA.              2. Rápida ação antimicrobiana. 3. Largo espectro de ação: Bactericida, viruscida e tuberculicida. 4. Econômico. 5. Efetivo mesmo diluído.

DESVANTÁGENS: – 1. Esporicida somente em altas concentrações. 2. Não pode ser reutilizado. 3. Atividade diminui em matéria orgânica. 4. Irritante para a pele e vistas. 5.Corrosivo para metais, destrói tecidos (algodão), plástico e borrachas em altas concentrações.

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIE: –

Limpe sempre antes, usar corretamente os produtos químicos, que envolvem, concentrações, dos produtos a serem usados. No chão usa-se esfregões. Nas superfícies, pulverizadores (atomizadores), panos de limpeza, toalhas descartáveis de limpeza, esponjas de plástico (sempre usando luvas impermeáveis).

O CONTROLE DA INFECÇÃO DEPENDE DE TODA AÇÃO DA EQUIPE, QUALQUER MEMBRO MENOS INFORMADO PODE QUEBRAR A CADEIA ASSÉPTICA, PODEMOS DIZER QUE ESTE SISTEMA É MAIS UMA ARTE-QUE-UMA CIÊNCIA DE RÍGIDOS PRINCÍPIOS.

 

PROCEDIMENTOS DE DESINFECÇÃO: – Aplique o desinfetante – limpe a superfície –

Aplique novamente – espalhe enxugando.

Considerações gerais:

Já em 1975 os dentistas foram considerados particularmente vulneráveis, ao HVB, portanto a profissão era de alto risco em relação a hepatite B, segundo MOSELY et al. (1975) e SIEW et al. (1987).

Os dentistas rotineiramente usam procedimentos invasivos, como extrações, preparo de canais, cirurgias periodontais e profilaxias, todos procedimentos envolvendo sangue e saliva. Além do mais, agulhas de anestesia, lâminas de bisturi, brocas e material abrasivo são usados rotineiramente. Há constantemente oportunidades para que lesões acidentais percutâneas das mãos ocorram, mesmo com o uso de luvas.

Segundo, CRAWFORD, 1985, um esquema de controle de infecção no consultório para ser considerado efetivo deve prevenir não somente as viroses, mas também todas outras infecções que podem ser transmitidas, pelo sangue e saliva do paciente. BOND ET AL. 1981, descreve a grande capacidade do vírus da Hepatite B sobreviver no ambiente, e SHIKATA et al. 1977, mostra as altas titulações deste vírus encontrada no sangue, tornando este vírus, um bom modelo para as práticas preventivas de controle de infecção no consultório.

Entre outubro de 1980 e maio de 1981, os Centros para Controle de Doenças dos Estados Unidos, foram informados da ocorrência de 25 casos de SARCOMA DE KAPOSI, e outros casos relacionados a DEFICIÊNCIA DO SISTEMA IMUNOLÓGICO. Os casos se concentravam em Nova York, e Los Angeles, a segunda coincidência era inusitada, todos eram homossexuais masculinos. O estudo destes casos e de novos que apareceram, mostraram que se tratava de uma nova doença até então desconhecida, que causava uma drástica diminuição do número de linfócitos no sangue das pessoas afetadas. Estes pacientes com suas resistências diminuídas, desenvolviam com facilidade doenças oportunistas, tipo inflamatória ou tipos raros de câncer.

 

ALGUMAS INFECÇÕES MAIS FREQÜENTES NOS PACIENTES COM AIDS.

Herpes simplex-  vírus; Herpes zoster –  vírus; Mycobacterium avium – bactéria; –  linfo adenopatia, Mycobacterium tuberculoses –  bactéria –  tuberculose. Cândida abicam –         fungo sapinho; Cryptococcus neofarmans – fungo; meningite recidivantes;        Pneumocystis carinii – fungo; pneumonia difusa.

Protozoários: Giárdia lambia, enterite; Entamoeba histolytica.

 

ANTISSEPSIA: –

Antissepsia é o método através do qual se impede a proliferação de microrganismos em tecidos vivos com o uso de substância químicas (os antissépticos) usadas como bactericidas ou bacteriostáticos.Uma mesma substância química usada em objetos inanimados será chamada de desinfectante e quando usada em tecidos vivos será chamada de antissépticos. Ex. Clorexidina e iodopovidona.

A antissepsia em Odontologia, tem aspectos mais relevantes, pois envolve a boca, com suas estruturas peculiares e especialisadas como: os dentes, a gengiva, a mucosa oral, a mucosa especializada da lingua e dutos de glandulas salivares.

Os dentes, por serem estruturas duras, representam uma situação muito especial em relação a antissepsia, pois sobre eles depositam depósitos bacterianos fixos, de grande potencial antigênico, os biofilmes, mineralizados (cálculos) ou não. Nas camadas mais profundas destas formações bacterianas (biofilme, também chados de Placa Bacteriana), os microrganismos ficam protegidos, e são inacessíveis aos agentes antimicrobianos dos antissepticos.

Por este importante motivo, os antissepticos bucais, são mais efeticos, quanto os dentes, e tecidos moles, principalmente o dorso da lingua, estiverem limpos. A escovação rigorosa, feita 3 vezes ao dia, com cremes detais de boa qualidade, é indispensável para a manutençao da saúde bucal, podendo-se usar antissepticos, como auxiliares eventuais, da manutenção da higiene bucal. Nestes casos a indicação do cloreto de cetil piridínio (cepacol), ou clorexidina, são importantes para essa manutenção.

Todas estas considerações, são para bocas sadias normais. Nos casos de processos inflamatórios, entre outras patologias, a indicação de outros antissepticos, sempre ficarão a cargo do Cirugião dentista ou Médico, que estaria atendento o paciente.

Nos casos de cirugias bucais, ou tratamentos odontológicos específicos, o profissional irá indicar o melhor antisseptico e a maneira correta de usá-los.

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Nesta fotografia vemos uma paciente usando um antisseptico, antes de um procedimento  cirúrgico, no intuito de fazer uma redução significativa de sua microbiota bucal. O que facilitará o pós operatório, e reducirá a bacteriemia transitória após o procedimento a ser realizado.

No caso dos pacientes de risco, a antibiótico terapia prévia as intervenções, é indispensável.

ANTISSÉPTICOS MAIS USADOS:

PERIOGARD,  gluconato de clorexidina (citado também como Digluconato de clorexidina, comercialmente às vezes chamado apenas de clorexidina) é um antisséptico químico, com ação antifúngica e bactericida, capaz de eliminar tanto bactérias gram-positivas quanto gram-negativas. Possui também ação bacteriostática, inibindo a proliferação bacteriana.

Acredita-se que o mecanismo de ação ocorra através da ruptura da membrana celular, e não pela inativação por ATPase como se pensava anteriormente.

Em 1979, a Clorexidina foi considerada pelo World Health Organization (WHO, Organização das Nações Unidas – ONU) como substância essencial e passou a ser um produto de primeira escolha.

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O Periogard é um enxaguatório bucal, muito usado pelas suas características. É uma solução bucal à base de Gluconato de Clorhexidina a 0,12%. Mecanismo de ação catiônica: a Clorhexidina adere fortemente aos substratos aniônicos.

 

LISTERINE.

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O listerine é um enxaguatório muito usado em Odontologia, sua fórmula é composta de uma série de produtos antissépticos como: Thymol, Menthol, Methyl Salicylate, Eucalyptol, Aroma (d-Limonene), Sorbitol, Sodium Lauryl Sulfate, Poloxamer 407, Sodium Saccharin, Sucralose, Benzoic Acid, Sodium Benzoate, CI 42053, Propylene Glycol.

Existem muitos outros antissépticos que podem ser usados.

Contudo é importantíssimo salientar que, uma escovação dentária eficiente, e uma boca com profilaxia profissional em dia é fundamental para manter uma boca sadia. Nada substitui uma ótima escovação dentária, com cremes dentais com flúor.

 

 

 

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